A cirurgia de reconstrução ventricular esquerda associada à revascularização miocárdica é uma das opções cirúrgicas para pacientes com cardiopatia isquêmica e disfunção ventricular esquerda avançada com refratariedade ao tratamento clínico. Contudo, o que se conhece a respeito da mortalidade operatória deste procedimento nos últimos 30 anos provém em grande parte de estudos pequenos, heterogêneos quanto à população, técnica cirúrgica empregada, e definição de mortalidade cirúrgica, variando de 2 a 42%, com média de 15%. As bases cirúrgicas da reconstrução geométrica do ventrículo esquerdo no aneurisma de parede anterior foram apresentadas por Jatene e Dor, e desde então, o conceito de restauração cirúrgica da forma, geometria e contratilidade ventriculares como tratamento para complicações crônicas do infarto agudo do miocárdio vêm sendo amplamente estudados.
Inicialmente descrita para correção da geometria ventricular distorcida pela presença de aneurismas anteriores de grande volume, a cirurgia de reconstrução ventricular associada à revascularização do miocárdio teve sua indicação ampliada para a correção da esfericidade ventricular desencadeada pela presença de extensas áreas acinéticas mesmo sem áreas discinéticas associadas com melhora da fração de ejeção, sobrevida e classe funcional nesses pacientes. Apesar das diversas técnicas operatórias serem utilizadas em hospitais brasileiros há mais de 2 décadas, restam dúvidas sobre essa prática assistencial no cenário brasileiro, sua mortalidade cirúrgica, hospitalar e principalmente a sobrevida dos pacientes submetidos à cirurgia de reconstrução do ventrículo esquerdo associada ou não a revascularização esquerda em nosso meio.
Veja a Dissertação de Vinicius de Franceschi
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